Radiação recebida em viagem a Marte aumenta risco de câncer em 3%
Estudo leva em conta raios que vêm do Sol e não afetam pessoas na Terra.
Nasa quer mandar astronautas ao planeta vermelho na década de 2030.
Um estudo publicado nesta quinta-feira
(30) calcula que a radiação que um astronauta receberia em uma viagem de ida e
volta até Marte aumentaria seu risco de câncer em 3%. Essa radiação vem do Sol
e de explosões de supernovas distantes, mas não tem nenhum efeito sobre as
pessoas na Terra porque o campo magnético do planeta funciona como um fator de
proteção.
A Nasa planeja
colocar um astronauta em Marte na década de 2030. A questão da radiação é uma
preocupação antiga dos cientistas ligados à exploração espacial. No entanto,
faltava uma maneira confiável de medir a radiação acumulada ao longo de um
período de tempo como o que será necessário para a missão a Marte.
A pesquisa
publicada pela revista “Science” se baseou em dados obtidos pelo Curiosity,
jipe-robô enviado pela Nasa para explorar Marte. O veículo conta com um medidor
de radiação, que registrou a quantidade de raios que incidiram sobre o aparelho
ao longo dos oito meses e meio de viagem até o planeta vermelho, entre 2011 e
2012.
Com esses
dados, os cientistas calcularam a quantidade de radiação que cada astronauta
receberia. O valor chega a 662 milisieverts, o que equivale a passar por uma
tomografia de corpo inteiro por semana ao longo de um ano. Na Estação Espacial
Internacional (ISS, na sigla em inglês), a radiação acumulada ao longo do ano é
de 200 milisieverts. Na Terra, o valor por pessoa não passa de 3 milisieverts
por ano.
A maioria das
agências espaciais do mundo recomenda que um astronauta não ultrapasse o limite
de mil milisieverts ao longo da carreira – na Nasa, os cálculos variam de
acordo com a idade e o sexo.
Para os
autores do estudo, os resultados indicam que é preciso evoluir tecnologicamente
para que a viagem dos astronautas seja mais curta do que a do Curiosity. “Você
quer chegar lá o mais rápido possível” para reduzir a exposição à radiação,
afirmou Don Hassler, cientista responsável pelo medidor de radiação do
Curiosity.
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